sábado, 24 de agosto de 2013

Artigo: Abelharuco



 
Os abelharucos (Merops apiaster) são das aves mais vistosas em Portugal. A sua coloração é inconfundível e espetacular, em tons amarelos-avermelhados e com um ventre azulado.
 
 
 
É uma ave especial e interessante que sempre fascinou os cientistas. Os vários aspetos biológicos, ecológicos e de nidificação são pouco conhecidos devido à sua pequena distribuição no Sul da Europa, principalmente devido à localização dos ninhos em margens de rios e a dificuldade em observar os indivíduos.

 
São aves insectívoras e coloniais.
 

Por volta de Maio as aves chegam da migração e renovam ou constroem novos ninhos. A localização dos ninhos deve oferecer alimento, proteção dos predadores e proteção do clima. Os machos defendem os ramos perto dos ninhos onde ocorre o acasalamento e oferenda de comida. Durante a incubação os ovos nunca são deixados sozinhos, e ambos os progenitores se encarregam desta tarefa durante o dia, e à noite apenas a femea permanece a incubar os ovos.
 

Ambos os progenitores fornecem alimento às crias e por vezes são ajudados por um parente, normalmente, um juvenil do ano anterior. A alimentação é rica em insetos, principalmente Hymenoptera (abelhas), Odonatas (libélulas) e Lepidoptera (borboletas), mas também podem consumir Dipteras (mosquitos).

 
Prefere regiões áridas e semi-áridas, selecionando paredes arenosas. É uma das espécies com habilidade de modificar o habitat, isto porque ela é capaz de cavar grandes cavidades, no chão ou em paredes, onde vai nidificar, sendo um autentico engenheiro. Esta habilidade é importante porque aumenta o potencial dos agentes de erosão, é um bioperturbador, isto porque aumenta a biodiversidade ao providenciar recursos básicos (habitat) para outras espécies. Existem espécies que podem aproveitar estas cavidades, como a alvéola-branca (Motacilla alba), várias espécies de pardais (Passer sp), estorninhos-pretos (Sturnus vulgaris), poupa (Upupa epops) e outras espécies cavam e aumentam as cavidades como o mocho-galego (Athene noctua) e o rolieiro (Coracias garrulus).

 
A altura mais critica no ciclo de vida de uma ave é a migração, não so a ave tem de escolher a rota de migração para e dos locais de invernada mas também quando descansar, onde e por quanto tempo.

 

 
São aves migradoras, coloniais, capturam insetos em pleno voo e nidificam  em cavidades no final de profundos buracos, principalmente em arribas verticais ou extremamente inclinados. Eles cavam o buraco a cada época de reprodução, embora por vezes possam reutilizar ninhos antigos. Normalmente cavam 2 a 3 buracos iniciais de 60cm, até unirem esforços numa única cavidade que será o ninho. Estes buracos “iniciais” podem estar em diferentes estádios de desenvolvimento, muitos possuem as mesmas dimensões que as cavidades “ninho” e outros, não sendo tao grandes. Podem ser compridos o suficiente para servir de ninhos potenciais ou habitat “roosting” para outras espécies.
 
 

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